Por Bianca Vilela

Envelhecer é uma certeza tão absoluta quanto o nascer do sol. Ainda assim, para muitos, a ideia de envelhecer permanece como um pensamento distante, quase invisível diante da correria do dia a dia. Quando paramos para refletir, percebemos que cuidar do futuro é, na verdade, um gesto de profundo respeito por nós mesmos e por aqueles que nos cercam.

Mas afinal, será que estamos realmente prontos para essa fase da vida? Quantas vezes adiamos mudanças simples — como uma caminhada diária ou um check-up de rotina — por acharmos que “ainda temos tempo”? Quantos planos de longo prazo deixamos de lado em troca da urgência do agora?

Um estudo publicado no Journal of Aging and Health aponta que hábitos adquiridos ainda na juventude e mantidos na vida adulta, como alimentação equilibrada e prática regular de exercícios, são fundamentais para um envelhecimento saudável. A pesquisa reforça a importância de um planejamento intencional para garantir qualidade de vida na terceira idade (Journal of Aging and Health, 2023).

Cuidar da saúde física é uma peça essencial desse quebra-cabeça. Desde cedo, adotar práticas saudáveis previne doenças crônicas que impactam diretamente o envelhecimento, como hipertensão e diabetes. Além disso, o cuidado com a saúde emocional tem ganhado protagonismo. Envelhecer bem também significa manter vínculos afetivos, cultivar a autoestima e alimentar projetos de vida, mesmo após a aposentadoria.

Outro ponto crucial é a preparação financeira. Muitos ainda veem o planejamento para aposentadoria como algo distante, mas a segurança financeira é um pilar indispensável para garantir liberdade de escolhas e qualidade de vida no futuro. Investir em educação financeira e pensar em longo prazo precisa deixar de ser exceção para se tornar regra.

A importância de mudar o presente para transformar o futuro!!

Se sabemos disso tudo, por que ainda é tão difícil agir? Por que deixamos que o imediatismo guie nossas escolhas, em vez de pensarmos no amanhã? A resposta pode estar na forma como enxergamos o envelhecimento. Segundo uma pesquisa realizada pela Neura, curadoria de estudos comportamentais, em parceria com a plataforma PiniOn, 80% dos brasileiros acreditam ser possível se preparar para envelhecer bem. No entanto, apenas 4% afirmam que sempre se planejaram para essa etapa da vida (CNN Brasil, 2024).

Esses números revelam uma desconexão entre a intenção e a prática. Muitas vezes, somos educados a pensar no envelhecimento como algo negativo ou mesmo temido. Falta uma cultura de valorização dessa fase, tanto na vida pessoal quanto no ambiente de trabalho. Incentivar o debate sobre envelhecimento saudável é essencial para mudar essa percepção.

E mais: as empresas têm um papel crucial nesse processo. Investir na preparação dos colaboradores para a longevidade não apenas valoriza o capital humano como também fortalece a cultura organizacional, promovendo ambientes mais saudáveis, produtivos e sustentáveis a longo prazo.

Envelhecer bem não é um privilégio, é um direito — e começa com pequenas escolhas feitas hoje. É sobre projetar um futuro em que a saúde, a autonomia e a felicidade estejam asseguradas. Qual é o seu planejamento para essa etapa?